Experiências de sucesso do país asiático servirão de exemplo para a construção do Plano de Desenvolvimento Social de Minas Gerais
Entre os dias 14 e 18/5, a secretária de Desenvolvimento Social de Minas Gerais, Elizabeth Jucá, acompanhada pelo assessor especial e chefe do Escritório de Dados Sociais da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese-MG), Wesley Matheus, foram a Blangadesh, em visita técnica para conhecer o trabalho realizado pela Bangladesh Rural Advancement Committee (Brac), ONG referência mundial em programas de superação da pobreza. A comitiva brasileira, formada também pela equipe da ONG paulista, Gerando Falcões, parceira da Sedese, foi recebida pelo pessoal da Brac, que apresentou projetos e programas executados na capital Dhaka e no interior do país asiático. A viagem faz parte do conjunto de ações e estratégias da Sedese para a construção do Plano de Promoção ao Desenvolvimento Social do Estado.
A Organização Não Governamental Brac atua desde 1974 em projetos de saúde, educação, desenvolvimento econômico, clima, empoderamento feminino e acesso a microcrédito e microfinanciamento que promoveram a igualdade e inclusão social em comunidades vulneráveis de Bangladesh e de outros países da Ásia, Oriente Médio e África.
O trabalho da Brac serve de inspiração para Minas ao aplicar tecnologias, ferramentas, metodologias e trabalhos transversais com empreendedores sociais e poder público que contribuíram para o avanço do desenvolvimento social e econômico de Bangladesh. A partir desta missão será possível estabelecer novos olhares para a realidade de Minas que vão contribuir na construção do Plano de Desenvolvimento Social.
“Foi uma imersão intensa e muito produtiva. Tivemos oportunidade de conhecer o programa de graduação da pobreza e várias ferramentas de participação ativa da comunidade, sob coordenação da Brac. Volto agradecida pelo conhecimento compartilhado e inspirada, com ideias que vão contribuir muito na construção do Plano. Tenho certeza de que com vontade, políticas transversais e muito trabalho é possível tirar as pessoas da pobreza”, destaca Elizabeth Jucá.

Contexto
Atualmente, a Sedese realiza a avaliação e planejamento de seu Plano de Promoção ao Desenvolvimento Social de Minas Gerais, como resposta à superação da pobreza urbana no estado agravada após a pandemia de covid-19. Diante do contexto, a Sedese buscou casos de sucesso registrados em países com realidade semelhante à brasileira.
A partir desse mapa orientador, a Secretaria levantou projetos exitosos em países como Colômbia, Costa Rica, México, China, Uganda, Vietnã e Bangladesh. Esse mapeamento servirá de base para orientar a realização de futuras missões para cooperação técnica entre as organizações de referência e o Governo de Minas.
“Para a construção de uma estratégia efetiva no enfrentamento da pobreza é fundamental compreender de qual pobreza estamos falando, onde ela está localizada, quem são as pessoas por ela afetada e quais as suas causas. A partir disso, procuramos por regiões similares no mundo que registraram experiências recentes bem sucedidas na superação de um quadro de pobreza similar ao observado em Minas. Com este mapa de experiências “de sucesso” em mãos partimos para o aprendizado, ponderando sempre as semelhanças e diferenças sociais, políticas, econômicas, demográficas e ambientais observadas entre nosso Estado e as regiões estudadas. E foi exatamente isso que fizemos em Bangladesh: absorvemos ao máximo o que se aplica em nosso contexto. Ao final procuramos pela celebração de parcerias para firmar a transferência de métodos e tecnologias interessantes para o Estado de Minas Gerais", destaca Wesley Matheus.
Parcerias estratégicas
A viagem à Bangladesh é resultado da articulação da Sedese com a ONG Gerando Falcões. A organização é parceira estratégica da Secretaria desde abril, quando firmou termo de cooperação com a Sedese para o planejamento de projetos em comunidades socialmente vulneráveis de Minas Gerais.
A Sedese também firmou acordo de cooperação com a Central Única das Favelas de Minas (Cufa-MG) que vai possibilitar a implantação de ações conjuntas para o enfrentamento às desigualdades.
Outro parceiro importante é o Banco Mundial que vai dar suporte na construção do Plano Mineiro de Promoção do Desenvolvimento Social. A instituição financeira internacional contribuirá no intercâmbio de experiências sobre mensuração da pobreza e da desigualdade, fundamental para estabelecer diretrizes e ações para o enfrentamento às vulnerabilidades no estado.
Plano Mineiro
O Plano de Promoção do Desenvolvimento Social de Minas Gerais - 2023-2032 é uma iniciativa do Governo de Minas, por meio da Sedese, que vai estabelecer estratégias, ações, métricas e indicadores de impacto com o objetivo de erradicar a pobreza extrema no estado.
O Plano propõe integrar ações de governo e de outros atores para que o estado alcance os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Outro foco do Plano é a Agenda ESG (environmental, social and governance) que estabelece critérios de desenvolvimento ambiental, social e de governança, utilizados por investidores e empresas em todo o mundo, e propõe pensar conjuntos de boas práticas de empresas para conscientização em relação ao seu papel em âmbito social e ambiental.
“O Plano de Desenvolvimento Social vai integrar ações de governo e de ESG de empresas e vai estabelecer as estratégias para que possamos saber onde aplicar os recursos. Vamos realizar o fortalecimento dessa rede. A pobreza não é um problema só do governo, é de toda a sociedade. Sozinhos não conseguiremos superar isso. Juntos poderemos oferecer mais dignidade às pessoas”, completa Elizabeth Jucá.
