Minas Programando: projeto da Sedese visa capacitar e incluir público vulnerável nos setores de TI
A fase piloto projeto Minas Programando, iniciativa voltada para a oferta de vagas de qualificação profissional na área de tecnologia da informação, foi lançada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) em parceria com a Utramig, na última quarta-feira (07/04). O projeto tem objetivo de promover a inclusão digital e produtiva de públicos em situação de vulnerabilidade social, e espera qualificar 2.000 pessoas – prioritariamente mulheres – até o final de 2022, em cursos com cargas horárias entre 160 e 280 horas/aula.
O Minas Programando surgiu a partir de demandas decorrentes do setor produtivo, tendo em vista a tendência de crescimento do número de trabalhadores absorvidos pelo setor em Minas Gerais, e a dificuldade já relatada pelos empregadores em encontrar mão de obra qualificada. A sociedade civil também teve influência, uma vez que, por meio de movimentos sociais, reforçou a necessidade de se criar ações de educação profissional com objetivo de preparar os trabalhadores - principalmente os mais vulneráveis - nas principais competências e habilidades exigidas atualmente e no futuro pelo mercado de trabalho.
Diante do cenário, a Sedese, em parceria com a Sociedade Mineira de Software (FUMSOFT), realizou, em 2020, um diagnóstico para identificar a distribuição e organização do setor de tecnologia da informação no território mineiro. Com base nos resultados e em interlocuções realizadas com empregadores, foi possível identificar especializações produtivas em determinadas regiões, e elencar cursos de qualificação profissional adequados às necessidades locais. Os resultados do estudo estão disponíveis no Caderno Setorial TIC, publicado pela Sedese.
Além das necessidades em termos de qualificação técnica, o estudo também evidenciou um cenário de desigualdade no acesso aos postos de trabalho do setor, uma vez que mulheres e pessoas negras tem uma menor participação na força de trabalho, principalmente quando observados os postos de trabalho de nível técnico ou cargos de liderança.
Nesse contexto, a Sedese coordenou esforços em três frentes de atuação para viabilizar a oferta de vagas: articulação com ofertantes estaduais (Utramig) para direcionamento de vagas; parceria com entidades privadas (ex: Vollee Educacional), interessadas em integrar o projeto por meio de doação de serviços; e a oferta de vagas diretas pela Sedese.
O subsecretário de Trabalho e Emprego da Sedese, Raphael Vasconcelos, destaca a importância da iniciativa: “Não é de hoje que o setor de tecnologia da informação se coloca como uma das alavancas prioritárias para o desenvolvimento econômico mineiro, gerando riqueza para o estado e postos de trabalho de qualidade para os trabalhadores. Dessa forma, são fundamentais projetos de inclusão produtiva, como o Minas Programando, para que o setor não sofra com escassez de mão de obra e para que toda a população, principalmente a mais vulnerável, tenha as condições de acessar essas oportunidades e se beneficiar do crescimento proporcionado pelo setor”, explica.